E quando se apaixonava, nunca era pela metade. Se era pra amar, que fosse por inteiro. Se doava cegamente ao amor, achando tudo lindo na pessoa amada.
Sobre sexo, não. Não o interessava muito. Achava bonito de se ver, até gostava de fazer um pouco, às vezes. Mas para amar como num romance de Jane Austen, sexo era mesmo assunto desnecessário. Amar era coisa séria, como os amores românticos do Séc. XIX.
E, talvez, para combinar com o amor de época, a cada vez que era abandonado nascia-lhe na face um grande e tenebroso tumor. A coisa, que se instalava nele por aproximadamente um mês, lhe tirava o sono. Doía, dava febre, o fazia tomar antibióticos super fortes e ainda o impedia de ter uma vida normal. E andava se esgueirando pelos cantos, na tentativa de esconder o maldito que ficava estampado em seu lindo rosto de querubim. Sofria duplamente então, para esquecer mais um dos amores de sua vida e para tentar melhorar a pústula facial, que recebia carinhosamente o nome da falecida. Quando alguém perguntava: "o que é isso em seu rosto?" Ele bravamente respondia: "É Laura, que se foi", "É Joana, aquela bastarda". E por aí vai...As pessoas baixavam a cabeça e mudavam de assunto.
Até hoje, se não me engano, já foram 7 desastres faciais. Todos devidamente tratados em clínicas pagas, porque vocês sabem que não há espaço para dor de amor no SUS. Porém, uma, somente uma deixou cicatriz. A primeira, que volta e meia ele ainda passa o dedo e se arrepia todo ao pensar.
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tremei!
ResponderExcluire tem gente q diz q o amar é frescurite hein...
ResponderExcluirMarina57
Ninguém sai impune de uma paixão. Muitos são os riscos, muitas as dores e muitos os gozos. Eu trago comigo todas as marcas de todas as paixões vividas. Às noites, eu costumo lamber as feridas abertas e acariciar as cicatrizadas.
ResponderExcluirEca, como vc é uma pessoa nojenta. Lambe feridas abertas.
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